De olho no mundo

EM BUSCA DE UM MUNDO MAIS SENSÍVEL À NATUREZA

Nossos primeiros erros

Quantas vezes não cantarolamos a linda canção “Primeiros erros” de Kiko
Zambianchi?
Já percebeu como as duas primeiras estrofes falam de essência e de vida?
Tudo bem se achar que não, porque interpretação de texto pode ser algo
subjetivo. Mas podemos ver aqui descrita, a incompreensão humana
diante da percepção do que seja a Natureza e o que ela representa para
cada um de nós…

Pode nos acompanhar nessa tentativa de entendimento?

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
meu destino não é de ninguém
Eu não deixo meus passos no chão
Se você não me entende, não vê
Se não me vê não me entende
Não procure saber onde estou
Se meu jeito te surpreende…

 

A natureza, se pararmos para observar está sempre em mutação.
É flexível, um rico e dinâmico sistema. Impossível prever seus muitos
caminhos e atalhos em busca de sobrevivência.
Mas uma coisa é certa, todos nós que nela estamos inseridos, porque dela
fazemos parte, de seu destino, somos todos dependentes.
E se não a entendemos, não a enxergamos, e assim sempre acabamos nos
surpreendendo, tal como a canção nos diz!

 

O primeiro degrau

Precisamos afinar nossos sentidos mais elementares, além do paladar,
olfato, tato, visão e audição, para aprendermos a sentir. É necessário
buscar e ajustar o sensorial, a intuição, a sensibilidade mais profunda que
trazemos em nós, como preciosos instrumentos que andam encostados e
em desuso. Quantas crises de ansiedade, de vazio, de escuridão interior
por causa dessa desconexão com a natureza em nós!
Buscar esse sensorial mais primário é urgente. Acioná-lo, educá-lo e
aprimorá-lo é uma questão de reencontro com o equilíbrio emocional e
psíquico. Precisamos enxergar e entender a natureza para então aprender
a sentir.

 

“A natureza é pura sensorialidade e amorosidade!”
A observação é da bióloga Rita Mendonça, autora de diversos artigos e
livros sobre Meio Ambiente e Natureza. Especialista em planejamento
ambiental e mestre em sociologia na França, nos anos 90, com o olhar

apurado de uma Filósofa da Natureza, percebeu as limitações em torno da
questão ambiental no Brasil.
“Eu comecei a perceber que diante da magnitude da questão que se
queria tratar, que é mudar a relação das pessoas com a natureza, com o
planeta e com toda dinâmica da qual fazemos parte, a gente precisaria de
estratégias pedagógicas muito mais eficazes.”

 

Inspirada pelas atividades da Instituição americana Sharing Nature
Worldwide, fundada em 79 pelo educador naturalista Joseph Cornell, Rita
Mendonça estudou e acompanhou a condução de crianças e adultos na
experiência de contato e harmonia entre todas as formas de vida.
Depois de 25 anos de conexão e coordenação no Brasil da Sharing Nature,
criou em 2004 com a aluna Arianne Brianezi, o Instituto Romã.
O instituto nasceu buscando oferecer as metodologias pedagógicas e as
abordagens práticas do ser humano com todas as formas de vida, com a
natureza e o meio ambiente. Justamente as metodologias e práticas que
faziam falta na visão da Educadora ambiental.
Com dois projetos, o Ser Criança é natural e Vivências com a Natureza, o
processo de encontro e aprimoramento do sensorial acabou acontecendo.
O resultado disso?
Mentes mais calmas e atentas, percepção mais aguçada e sensível ao
invisível e sutil, valorização do coletivo, respeito a diversidade,
flexibilidade e amorosidade…

 

Valores compartilhados

Preparando educadores ambientais que vivenciam a natureza com
crianças e adultos, novos valores e paradigmas conectados com um
mundo mais amoroso e mais empático vão surgindo e se multiplicando.
Aprendemos que não existe certo ou errado, que meio ambiente é tudo o
que nos cerca, e somos nós em tudo, todos num grande barco chamado
Terra, a caminho de um destino melhor…
É nisso que a Amazonia Vital acredita também. Mais do que moda,
tendências e roupas, seguimos buscando o respeito à mãe Terra que nos
acolhe, o amor ao meio ambiente que nos cerca e a valorização daquele
que pensa, sente e age diferente de nós, porque é aí que se dá o
crescimento de todos nós, na diversidade que nos cerca!
E isso nos faz lembrar de mais uma bela canção do compositor Walter
Franco que se chama Coração Tranquilo e diz assim:

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração Tranquilo

Nota final: Para maiores informações sobre o Instituto Romã, acesse
https://www.institutoroma.com.br

Por Priscilla Wilmers Bruce

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