É fim de tarde, mês de setembro, um vento fresco sopra no Cerrado. Até onde a vista alcança, uma luz sublime cobre o campo… Essa luz é composta por milhares de florezinhas “sempre vivas” da espécie Eriocaulaceae, também conhecida como capim dourado o ouro do Jalapão.
Cerca de 60 famílias, quilombolas de comunidades da região do Estado de Tocantins, como a Mumbuca, trabalham cantando, na extração das flores delicadas de hastes longas e douradas.
Eles exibem entusiasmados as licenças recebidas para a colheita das hastes, matéria – prima rigorosamente fiscalizada por leis ambientais que regulam o manejo, plantio, cultivo e extração da espécie.
Essas hastes iluminadas, darão origem às mais variadas formas de cestas, balaios, vasos e acessórios, como pulseiras, colares, brincos e bolsas lindamente produzidos pelos artesãos das oito associações locais compostas pelas comunidades, que tiram daí o seu principal sustento.
Essa matéria prima extremamente valorizada no Brasil e no exterior, é extraída de Setembro a Novembro. Depois de cuidadosamente preparada, será usada durante todo o ano pelas associações na habilidosa e criativa produção de sofisticadas peças que conquistaram o mundo com sua beleza.
HERANÇA GENEROSA DOS INDÍGENAS DA TRIBO XERENTE
A Pequena Shirlene está de cócoras. Atenta e silenciosa, observa os dedos ágeis da mãe Vanessa Xerente.
A bela indígena de olhos amendoados, cabelos lisos e escuros, comemora alegre o resultado final de seu trabalho: um leve e sofisticado conjunto de colar e brincos feitos de capim dourado.
O trabalho artesanal e muito elaborado, envolve a costura de hastes da palha dourada do capim, com seda de buriti em formas e feixes arredondados.
Há cerca de 80 anos, essa arte demonstra a profunda relação que os indígenas da tribo Xerente mantém com a natureza.
As peças brilham sob o sol de fim de tarde, e as mulheres da tribo comentam entre si, na língua Akuwen, a beleza do modelo desenvolvido por Vanessa Xerente.
Numa troca generosa de conhecimento com os não indígenas, os Xerentes, que souberam assimilar o novo e ainda assim manterem sua cultura, tradição e identidade como povo, compartilharam a riqueza do manejo e arte com o capim dourado, com moradores da Comunidade Quilombola de Mumbuca.
A AMAZONIA VITAL ACREDITA NO COMÉRCIO INCLUSIVO
Assim como os Indígenas Xerente e as Comunidades Quilombolas de Mumbuca se conectaram com a troca de saberes culturais, acreditamos que ao nos abrirmos para o novo e o diverso, conquistamos um olhar mais rico, mais acolhedor e confiante em relação ao que não somos, ao que caminha em sentido diferente de nós. Ganhamos em conhecimento, em troca, em aprimoramento humano.
E é precisamente nessa comunhão e integração com a diversidade que conquistamos o equilíbrio. Todos acabam crescendo e se desenvolvendo juntos.
Precisamente por isso, abrimos espaço para o comércio inclusivo, tão enriquecedor em suas variadas possibilidades. Em nossas vitrines e manequins você verá os colares, brincos, pulseiras e bolsas que falam a língua dos Xerente e das comunidades Quilombolas de Mumbuca.
Sabe por que?
Porque eles falam a língua poderosa e rica da universalidade e diversidade humana, que são os valores da Amazônia Vital!
Abaixo, seguem os contatos das Associações Quilombolas de Mumbuca
Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros
Av. Tocantins, Q. 8, L. 14, Mateiros, TO
CEP: 77.593-000
Associação Capim Dourado do Povoado de Mumbuca
Povoado de Mumbuca – Mateiros, 10
Cep :77.593-000
Associação Comunitária dos Extrativistas
Artesãos e Pequenos Produtores do Povoado do Prata de São Félix do Tocantins
Avenida Dr. Rubinho, quadra 29, Lote 11, São Félix do Tocantins, Tocantins
CEP 77.605-000
Email: acappm@yahoo.com.br
Associação dos Artesãos do Capim Dourado Pontealtense
Avenida Joana Medeiros, sem número, Centro, Ponte Alta do Tocantins
CEP: 77.590-000
Email:acdpto@gmail.com